segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

31 de janeiro
Desde ontem em outro navio!
Depois do sambódromo tudo volta ao normal... o serviço continua o mesmo, os passageiros mudam, saímos dos corpos avantajados e volumosos com seios e outras coisas a mostra, para famílias e muitas crianças de lá para cá.
De verdade o glamour de se viajar de navio acabou há muito tempo, se antes entrar em uma embarcação custava muito caro e não era para todos com os serviços de luxo, hoje é mais fácil e acessível, os serviços se transformaram em uma máquina de produzir comida e bebida, atividades e eventos, com serviços condizentes com o perfil do novo passageiro.
Como “sempre tudo é volumoso, a ânsia de comer e beber dos passageiros, de “usufruir” de maneira bem exagerada tudo o que houver o volume de trabalho que temos para agradá-los, ou seja, tudo.
Cada navio é igual e diferente ao mesmo tempo, os chefes mudam as suas características de trabalho também, ontem quando cheguei e me dirigi para falar com o chefe que é novo na companhia e no Brasil, lhe pergunto como vão às coisas desde que embarcou há duas semanas, me responde dizendo:_ Tudo muito bem e muito sexy! De onde vem o sexy não sei, ele é meio louquinho veio daquela companhia Horrenda do ano passado que fez um trabalho péssimo aqui, nem sei como veio parar aqui, mas está e vamos ver no que dá.
No mais, algumas passagens cômicas - trágicas de passageiros, na sua volúpia de consumo. Uma família inteira deu entrada no hospital com suposta “infecção alimentar” sic a enfermeira, era sim excesso de comida, imaginem alguém passar mal de tanto comer, quando o médico disse que era isto e que deveriam passar os próximos dias se alimentando comedidamente com torradas e chá, ao ouvir isto a família toda fez uma cara horrível dizendo que nem pensar, o doutor respondeu então ok amanhã há feijoada deliciem-se, mas não voltem aqui e muito menos façam um relatório na recepção dizendo que a comida do navio lhes causou infecção alimentar.
Outro caso de uma senhora sozinha obesa passou mal de tanto beber, o socorro teve que carregá-la em uma maca bote, pois nas outras ela não cabia, no hospital, recebe o tratamento necessário e se descobre que toma remédios de tarja preta, é uma paciente psiquiátrica, portanto não poderia beber, detalhe a família  a mandou sozinha para o navio.
Outra, a mãe que descobre depois de horas sem saber onde a filha de uns 8 anos está, é chamada para dirigir-se ao hospital, pois sua filha havia se machucado quando estava correndo e derruba e quebra uma porta de vido com seu corpo no choque.
Exemplos como estes e outros me fazem pensar como algumas pessoas são completamente negligentes e tentam passar a culpa disto para outros, na verdade é bem mais fácil culpar o navio e não a si mesmos.  
Triste, muito triste!
Coisas boas também ocorrem, como passageiros que estão se divertindo, são tranqüilos e usufruem de tudo o que o navio pode oferecer de forma educada, mas infelizmente o que marca e se destaca são estes comportamentos inadequados.
Adeus as boas maneiras em todos os sentidos, a educação e a cordialidade, o respeito ao outro e as regras de cidadania.
Tudo mudou, os bolsos dos empresários estão mais cheios, o perfil deste turismo tomou outros rumos os quais o volume é a meta, navios com mais de 6mil passageiros estão à disposição.
Pena o melhor do navio acabou de vez, as cenas bucólicas de cruzeiros chiques e de gente educada agora só no cinema, onde estar tombado em uma espreguiçadeira no convés do navio ao final da tarde lendo um bom livro e olhando o mar se tornou cena de filme.
Se é que me entendem.
Beijos TT

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